Esse blog nunca foi sobre coisa nenhuma, sendo assim me reservo no direito de falar sobre tudo. Como todo mundo só faz comentar o lançamento do novo álbum do Radiohead, eu resolvi dar meu pitaco por aqui.
Cheguei a conclusão simples do título: música é que nem bala.
Tem bala boa e bala ruim. A grande maioria gosta de frumelo, mas sempre tem uns alternativos q preferem aquela de canela ardida. Tem bala que gruda no dente, as que descem sem esforço e as que são amargas de doer. Enfim, música é que nem bala.
Pensando cá com os meus botões comecei a perceber que a relação é muito mais ampla do que parece. Propaganda, embalagem, opiniões tudo vale pra se conhecer uma bala, mas vc só sabe mesmo se ela presta quando resolve experimentar. Música é ou não é igual?
Raramente vc compra no baleiro da esquina a bala da embalagem mais bonita. Normalmente vc compra aquela q já conhece e sabe que gosta, ou pelo menos compra uma com o sabor de sua preferência. Música é ou não é igual?
E como vc conhece uma bala? Seu amigo te oferece, vc aceita, ele te passa a bala, vc come a bala de graça e pronto. Se gostou pode ser que vc compre, ou então fique apenas pegando balas dos amigos. Música é ou não é igual?
Agora imagina que ridículo seria se os baleiros resolvessem que os amigos não podem mais trocar balas entre si. Que vc pode comprar a bala, mas ela só pode ser mastigada em casa. Que a bala é sua, mas vc não pode dividir com os amigos ou com quem quer que seja. Pois é, tem gente que acha que a música deve funcionar assim, ainda bem que isso parece estar mudando.
Lá pelo final do século passado um sujeito resolveu trocar músicas com os amigos pela internet, foi um sucesso e em pouco tempo todo mundo tava fazendo igual. As gravadoras ficaram com medo e começaram a bolar mil idéias pra evitar que isso ocorresse. Coitadas, por pura ignorância do poder, elas se acharam as rainhas da cocada preta e esqueceram que são apenas atravessadoras de mercadoria. Criaram uma péssima imagem com o público, continuaram explorando o artista, e em pouco tempo o fornecedor e o consumidor passaram a odiar o atravessador.
Era só uma questão de tempo pra uma grande banda virar pra gravadora e dizer em alto e bom som: "so long and thanks for all the fish". O Radiohead saiu na frente e fez mais esse favor à música. Ao invés de brigar com sua legião de fãs, resolveu entrar num acordo bom para ambas as partes e péssimo pro atravessador. O novo álbum vem aí (10/10) e cada um paga quanto quer e pronto. Restrições quanto à sua distribuição? Nem pensar, a música é sua e vc faz o que bem quiser com ela.
E agora o que acontece? Se o Radiohead for bem sucedido e ganhar rios de dinheiro com essa iniciativa, eu fico me perguntando se ainda haverá motivo das grandes bandas manterem um contrato com as gravadoras. E sem as grandes bandas, as gravadoras vão fazer o que?
Talvez devessem atuar como incubadoras, daquelas que desenvolvem um artista, dão toda a infra-estrutura necessária, mas sabem que mais cedo ou mais tarde esse artista vai conseguir andar com as próprias pernas, e aí... aí é hora de começar de novo.
Voltando às balas, hoje em dia a fábrica famosa e o consumidor não precisam do baleiro, existe um serviço à domicílio muito mais eficiente. Cabe agora ao baleiro sair atrás de balas boas mas ainda desconhecidas do público. Talvez o baleiro nunca mais consiga ter tanto dinheiro como antigamente, mas certamente será capaz de sobreviver, e ainda fará seu filme com as criancinhas do bairro.
Cheguei a conclusão simples do título: música é que nem bala.
Tem bala boa e bala ruim. A grande maioria gosta de frumelo, mas sempre tem uns alternativos q preferem aquela de canela ardida. Tem bala que gruda no dente, as que descem sem esforço e as que são amargas de doer. Enfim, música é que nem bala.
Pensando cá com os meus botões comecei a perceber que a relação é muito mais ampla do que parece. Propaganda, embalagem, opiniões tudo vale pra se conhecer uma bala, mas vc só sabe mesmo se ela presta quando resolve experimentar. Música é ou não é igual?
Raramente vc compra no baleiro da esquina a bala da embalagem mais bonita. Normalmente vc compra aquela q já conhece e sabe que gosta, ou pelo menos compra uma com o sabor de sua preferência. Música é ou não é igual?
E como vc conhece uma bala? Seu amigo te oferece, vc aceita, ele te passa a bala, vc come a bala de graça e pronto. Se gostou pode ser que vc compre, ou então fique apenas pegando balas dos amigos. Música é ou não é igual?
Agora imagina que ridículo seria se os baleiros resolvessem que os amigos não podem mais trocar balas entre si. Que vc pode comprar a bala, mas ela só pode ser mastigada em casa. Que a bala é sua, mas vc não pode dividir com os amigos ou com quem quer que seja. Pois é, tem gente que acha que a música deve funcionar assim, ainda bem que isso parece estar mudando.
Lá pelo final do século passado um sujeito resolveu trocar músicas com os amigos pela internet, foi um sucesso e em pouco tempo todo mundo tava fazendo igual. As gravadoras ficaram com medo e começaram a bolar mil idéias pra evitar que isso ocorresse. Coitadas, por pura ignorância do poder, elas se acharam as rainhas da cocada preta e esqueceram que são apenas atravessadoras de mercadoria. Criaram uma péssima imagem com o público, continuaram explorando o artista, e em pouco tempo o fornecedor e o consumidor passaram a odiar o atravessador.
Era só uma questão de tempo pra uma grande banda virar pra gravadora e dizer em alto e bom som: "so long and thanks for all the fish". O Radiohead saiu na frente e fez mais esse favor à música. Ao invés de brigar com sua legião de fãs, resolveu entrar num acordo bom para ambas as partes e péssimo pro atravessador. O novo álbum vem aí (10/10) e cada um paga quanto quer e pronto. Restrições quanto à sua distribuição? Nem pensar, a música é sua e vc faz o que bem quiser com ela.
E agora o que acontece? Se o Radiohead for bem sucedido e ganhar rios de dinheiro com essa iniciativa, eu fico me perguntando se ainda haverá motivo das grandes bandas manterem um contrato com as gravadoras. E sem as grandes bandas, as gravadoras vão fazer o que?
Talvez devessem atuar como incubadoras, daquelas que desenvolvem um artista, dão toda a infra-estrutura necessária, mas sabem que mais cedo ou mais tarde esse artista vai conseguir andar com as próprias pernas, e aí... aí é hora de começar de novo.
Voltando às balas, hoje em dia a fábrica famosa e o consumidor não precisam do baleiro, existe um serviço à domicílio muito mais eficiente. Cabe agora ao baleiro sair atrás de balas boas mas ainda desconhecidas do público. Talvez o baleiro nunca mais consiga ter tanto dinheiro como antigamente, mas certamente será capaz de sobreviver, e ainda fará seu filme com as criancinhas do bairro.
PS: já anda rolando uma história q haverá uma versao do álbum nos moldes convencionais, mas essa nao chegaria antes de 2008 e, ainda não se sabe qual gravadora assumirá o risco.
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